Meninas Digitais no Cerrado: de projeto a fenômeno institucional
Em matéria para o IF na Cidade, Thalia Santana e Maria Isabela Nunes contam a história do projeto cujas atividades atualmente alcançam participantes Brasil afora
O projeto Meninas Digitais no Cerrado, criado no ano de 2016 como um projeto parceiro do programa nacional Meninas Digitais, chancelado pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC), busca incentivar meninas e mulheres a se interessar pela área da Informática, além de visar o empoderamento feminino no âmbito da atuação profissional em ciência e tecnologia. O Meninas Digitais no Cerrado foi cadastrado pela primeira vez como um projeto de extensão do Campus Ceres do IF Goiano. Contudo, as ações promovidas expandiram-se também no contexto de ensino, voltadas especificamente para as estudantes da Instituição, além de serem tecidas pesquisas no contexto de gênero e suas relações sociais nos cursos de Informática. Atualmente, o projeto conta com cinco discentes de nível médio (Anna Julia Santos, Maria Isabela Nunes e Sara Farias) e superior (Letícia Camargo e Maria Alice Silva) colaborando nos diferentes eixos de atuação, além de ser coordenado por quatro professores do Campus Ceres (Ramayane Braga, Adriano Braga, Natália Louzada e Thalia Santana).
Encontro Síncrono da disciplina de Pensamento Computacional, realizado no último dia 08/12, em relação ao curso de extensão on-line
Além das ações articuladas de ensino e pesquisa, o projeto também está cadastrado no âmbito da extensão como um curso online de capacitação, denominado Trabalhando o Empoderamento Feminino por meio da História das Mulheres na Computação. Executado durante o 2º semestre do ano de 2020, o curso se estende até o mês de dezembro do corrente ano, com três disciplinas: i) Introdução aos Estudos Feministas; ii) História das Mulheres na Computação; e iii) Pensamento Computacional. O curso ofertado é fruto do amadurecimento do projeto em suas ações executadas, a exemplo da oficina itinerante que propagou por diversas instituições a linha do tempo das mulheres em computação, trabalhando assim as principais frentes abordadas pela equipe. De forma geral, busca-se prover capacitação ao público interno e à comunidade no que tange à computação sob a ótica de equidade de gênero, como uma forma de reconstruir imaginários quanto à diversidade e possibilidades de atuação profissional em informática com representação de modelos femininos de êxito.
Por meio do curso atualmente em vigor foram realizadas 147 inscrições de 17 estados brasileiros, demonstrando a confiança e credibilidade do projeto e do Campus Ceres a nível nacional. Além disso, nas atividades executadas com enfoque em mulheres estudantes dos cursos de Informática da Instituição, cerca de 70 participantes compõem o núcleo de discentes interessadas de forma direta nas ações propostas, visando inclusive a permanência e mitigação de evasão das mesmas em um cenário de desequilíbrio de gênero em profissões dedicadas à tecnologia. Ademais, de forma indireta com a participação em eventos externos, como a convite de palestras e oficinas, mais pessoas são atingidas, garantindo maior representação e ampliação do alcance do projeto e das ações executadas, visando inspirar meninas e mulheres neste campo de atuação profissional/acadêmico, fomentando sua permanência nos cursos relacionados. Outrossim, o projeto colabora com demais atividades desenvolvidas no Núcleo de Estudos e Pesquisa em Tecnologia da Informação (NEPeTI), incentivando meninas em olimpíadas científicas desde a educação básica, como a Olimpíada Brasileira de Informática (OBI).
Participação na 17º Latinoware, na sala do Fórum Goiano de Software Livre, no dia 04/12, levando conhecimentos acerca da linguagem de programação Python
Em decorrência das ações exitosas mesmo em meio a pandemia, no ano de 2020 o projeto foi convidado a explanar sobre as atividades desempenhadas em um dos maiores eventos de computação no Brasil sobre mulheres na tecnologia: Fórum Meninas Digitais, dentro do Women in Information Technology (WIT), que compõe o Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC). Como fruto de pesquisas e publicações tecidas nesse contexto da presença feminina na área, um dos artigos produzidos relacionados ao projeto recebeu uma menção honrosa de melhores trabalhos no respectivo evento. Ademais, o próprio projeto vem recebendo convites de participações externas em eventos de renome como o já citado WIT, Campus Party, Latinoware, além de sucesso nas próprias atividades promovidas pelo Meninas Digitais no Cerrado, com um público expressivo de ouvintes assíduos - agora de diversas regiões brasileiras.
Além do curso de extensão que vem sendo executado atualmente, uma das atividades de grande alcance em 2020 foi a promoção de um curso de curta duração sobre a ferramenta Canva, com quase 250 inscrições de 14 estados distintos no mês de maio. Não obstante, foi promovido um circuito de lives semanais intitulado #MDCEMCASA (entre maio e julho), com mulheres e iniciativas relacionadas ao projeto, além do tradicional Ada Lovelace Day - evento já consolidado que visa celebrar as conquistas de mulheres em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) por meio da homenagem à primeira pessoa programadora da história, Ada Lovelace, no mês de outubro.
Para saber mais do projeto e ações, acompanhe a página e as redes sociais do projeto: http://meninasdigitaisnocerrado.com.br/, Instagram, Facebook e Youtube.
Mesa redonda no IV Ada Lovelace Day, com o tema "2030 e as perspectivas de uma menina na TI", com estudantes dos cursos técnicos ligados à computação de diversos campi do IF Goiano
Fonte: Equipe IF na Cidade - adaptado pela Ascom Campus Ceres
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